segunda-feira, 30 de junho de 2014

Sob o Céu Que Não Existe, Veronica Rossi [Opinião]




Título Original: Under the Never Sky
Autoria: Veronica Rossi
Editora: Planeta Manuscrito
Nº. Páginas: 296
Tradução: Irene Daun e Lorena & Nuno Daun e Lorena


Sinopse:
O mundo mantinha-os separados, mas o destino reuniu-os. Aria viveu toda a vida no Casulo protegido de Reverie. Este era o seu mundo e nunca pensou sobre o que estaria para lá das fronteiras. Mas, quando a mãe desaparece, Aria vê-se confrontada a sair para o exterior para a procurar, e a sobrevivência no deserto o tempo suficiente para a encontrar parece impossível. Então Aria encontra um estranho chamado Perry. Ele também está à procura de alguém.
Mas é um Externo, um Selvagem, contudo é a única pessoa capaz de a manter viva na travessia do deserto. E se conseguirem sobreviver serão a esperança um do outro para encontrar respostas às perguntas que vão surgindo à medida que se vão conhecendo.


Opinião:
Admito, estava com algum receio em pegar nesta leitura. E isso por a) ter as expectativas demasiado em alta uma vez que se tratava de um livro que me tinha vindo a suscitar interesse desde ainda antes de ter sido traduzido para português e b) por já ter tentado, anteriormente, dedicar-me à sua leitura deparando-me, por sua vez, com um começo algo confuso e pouco explicativo, pouco dinâmico, o que me levou a adiar a leitura. Ainda assim, a vontade de folhear aquela que desde muito cedo prometia ser uma distopia desigual e absolutamente única persistiu, e, em força, batalhou e venceu.

A capa. A capa foi a minha primeira perdição — e consequente rendição. Agradou-me imenso tomar conhecimento que a editora iria manter o mesmo design da edição original, o que, na minha opinião, se traduziu numa capa que é maravilhosamente, indiscutivelmente e espectacularmente bonita, e atraente, e convincente, e susceptível a desencadear toda uma série de premonições, e deduções, e possíveis desfechos, possíveis acontecimentos. Gosto. Gosto muito e, para mim, nada há de melhor do que juntar uma capa especial a um conteúdo ainda mais vibrante.
Embora me tenha sentido algo perdida no começo desta história, foi com um impressionante sentido de admiração e surpresa que voltei a encontrar o meu rumo e, seguindo as passadas de Aria e Perry, me deparei com um universo distópico tão natural, tão diferente e excepcional que rapidamente me vi submissa dos desafios humanos, das demandas familiares e dos conflitos sobrenaturais a que os protagonistas, numa constante, se viram a meias de enfrentar. Confesso que me agradou sobremaneira a não existência, clara e perdidamente óbvia, de um governo opressor e dominador. Ao invés, temos duas realidades distintas mas que em muito partilham semelhanças: seja no meio da floresta, numa tribo, ou num casulo debaixo de terra, a força existe e decisões são tomadas mas o verdadeiro inimigo é aquele que se esconde por detrás de um sorriso sedutor, de uma realidade alternativa e de uma falsa sensação de segurança, de conforto, tantas vezes expressa pelo laço de sangue.

Com a narrativa dividida em duas perspectivas singulares — a visão dura e polémica de uma realidade primitiva, Peregrino, ou Perry, e o panorama enlouquecido de um presente distorcido e perigoso, Aria — fui levada tanto a conhecer a peculiaridade dos Reinos — realidades virtuais com o propósito de entreter os Toupeiras, habitantes dos Casulos, como Aria, que não têm como encarar o mundo exterior — como a originalidade da humanidade bárbara, onde a caça é essencial para a sobrevivência da espécie ao mesmo tempo que a mutação, tão digna destas paragens, marca, com elementos sobrenaturais, figuras selvagens e ferozes. Seers — aqueles que têm a habilidade de ver a longas distâncias, aqueles que são esbeltos e usam o arco e a flecha como salvação —, Auds — aqueles que dominam a audição como nenhum outro, e que são capazes de escutar pensamentos através do simples toque, ao mesmo tempo que se transformam em assassinos perfeitos —, e Scires — os que divisam os temperamentos, as sensações emanadas pelas emoções sentidas, sendo assim, os mais poderosos de todos — são somente a base paranormal que permeia as páginas de Sob o Céu Que Não Existe com sensações mil e descrições tão belas, tão realistas e palpáveis que se torna impossível parar.
Perry é um Seer, vencendo a noite como ninguém, mas é também um Scire, o que o torna numa figura dominante e algo imprudente, solitária mas altamente enredada no conceito familiar, naqueles que ama verdadeiramente. Um Selvagem, sem dúvida, que deseja chefiar, que anseia liderar uma tribo um busca do Sempre Azul — uma terra onde se acredita não existir Aether, um elemento sobrenatural com o poder de devastar aldeias inteiras e que transforma o céu num céu que não existe — mas que se deixa apaixonar por uma Aria que não pode, nunca, ser sua. Aria, por sua vez, ao deparar-se com uma realidade desconhecida, desencadeia em si alterações, mudanças físicas, que a mudarão para sempre. Mas é o seu instinto de sobrevivência, a sua garra por encontrar a mãe, por saber mais sobre o seu passado e por melhorar o seu futuro que a transformam, lentamente, na guerreira que outrora não o foi, mas que actualmente o é.

Sim, gostei imenso deste livro por todas as componentes únicas que oferece, pela viagem amorosa que não tem pressa em consolidar, e pelos objectivos fortes, propósitos sinceros, honestos, verdadeiros, que movem as personagens. Várias foram as figuras secundárias que apareceram e que me suscitaram um enorme interesse, por exemplo Rugido (ou Roar, no original, que não acredito ter sido necessário traduzir) e Cinder, mas também a ausente Liv. Contudo, foi a escrita única, pautada, e atmosfericamente bela, a narrativa surpreendente, excitante e nova, e as personagens invulgares, notáveis e até algo excêntricas que verdadeiramente me conquistou nesta história. Gostei mesmo muito de Sob o Céu Que Não Existe e se vos acontecer o mesmo que a mim, se se sentirem inicialmente confusos e perdidos na história, não desesperem e, principalmente, não desistam. Vale a pena. Este é um livro que vale, cem por cento, a pena.

domingo, 29 de junho de 2014

Os Jogos da Fome: A Revolta — Parte 1 [Trailer]


O Presidente Snow tem uma mensagem para todos nós.


Gosto imenso desta trilogia, confesso. Faz tick em todas as opções no que diz respeito a ser perdidamente, indiscutivelmente, espectacular. Lamentavelmente, ainda só me dispus a ler o primeiro livro, Jogos da Fome (Opinião aqui), isto porque pela altura em que saiu a versão cinematográfica de Em Chamas, estava tão ansiosa e sequiosa pelo filme que simplesmente tomei a decisão de o ver sem ler o livro antes—o que se traduziu numa desgraça (não que não tenha absolutamente amadado o filme, que amei!), porque não fui mais capaz de pegar no livro dado a ter já conhecimento do seguimento da sua história. No entanto, com a aproximação da primeira parte de A Revolta, conto ler o segundo e terceiro volumes desta trilogia, isto porque, embora esteja consciente do wrap final que se aproxima (isto dos spoilers é uma coisa linda—ou nem por isso), quero, ainda assim, experienciar em primeira mão tudo o que Katniss Everdeen sofre, luta e conquista. 

Pessoalmente, gostei bastante deste pequeno teaser com um comunicado do Presidente Snow. Visualmente, é deslumbrante—adoro a sensação de pureza do branco, ainda que de puro não haja nada no Capitólio; e em termos de conteúdo, também, ou não fosse a minha curiosidade já estar aguçada ao máximo. Uh, mal posso esperar por Novembro!

sábado, 28 de junho de 2014

Entre as Páginas de... #1


Às vezes dou por mim absolutamente perdida por entre pilhas e pilhas de livros—como, por exemplo, aconteceu ainda há poucos minutos atrás—, o que dificulta, substancialmente, a concretização daquele momento em que nos apercebemos de que temos de tomar uma decisão, fazer uma escolha, e simplesmente pegar ‘naquele’ livro e começar a ler.

Um pouco ao estilo do ‘Ponto de Situação’ das meninas d’O Algodão Doce para o Cérebro (crédito: Ponto de Situação), Entre as Páginas de... será como que uma actualização do que vou começar a ler, do que penso da minha leitura actual, ou do relato de algumas das primeiras emoções após terminada a leitura e ainda antes da escrita da opinião final—enfim, será um bocadinho destas três coisas. 


Quanto a Sob o Céu Que Não Existe, de Veronica Rossi e editado pela Planeta Manuscrito, confesso que vai já bastante tempo desde que as minhas intenções e desejos de iniciar esta leitura se manifestaram, talvez até mesmo ainda antes de este livro se encontrar editado por terras lusas, mas, infelizmente, a disposição não tem sido a mais certa e o tempo algo reduzido. No entanto, hoje é o dia! E sei que estou prestes a embarcar numa viagem alucinante pelo mundo das distopias por isso, aguardem por uma opinião em breve—ou uma actualização do meu estado de leitura, não sei, veremos!

quinta-feira, 26 de junho de 2014

The Perks of Being a Londoner #1


A Pedacinho está de volta (a ver se desta é de vez! =P) e nada como começar esta nova fase de literatices com... uma rubrica nova—The Perks of Being a Londoner.

Para os que não sabem, mudei-me para o Reino Unido no passado mês de Setembro e aqui conto ficar por algum tempo. Assim, e como Londres é uma cidade que oferece entretenimento em abundância, e muitas vezes absolutamente fora do normal, pensei ser uma boa ideia apresentar-vos, sempre que possível, pequenas alegrias, estranhezas e ocasiões em que a cidade agradeça aos seus residentes e visitantes. 
2014 é, no Reino Unido, o ano do autocarro. Isso quer dizer que após uma exposição ao ar livre magnífica de modelos antigos de autocarros, ainda decidiram construir uma paragem em tamanho real... feita em Lego! E atenção que não são peças grandes e robustas, como muitas das que conhecemos. Não, são mesmo mini-peças de Lego que no seu conjunto formam a paragem de bus mais impressionante que alguma vez vi. Infelizmente, não me foi possível fotografar a paragem em si por 1) estar em funcionamento e, desse modo, recheadinha de pessoas (e turistas) e 2) o prédio que fica mesmo atrás estar em obras.
Assim, consegui somente tirar uma fotografia ao poste onde estão indicados os autocarros que lá passam... e ao visor (que não é visor, obviamente) no interior da paragem. É por esta e por outras que sou tão apaixonada por esta cidade de excentricidades... 

Fica ainda uma fotografia com o autocarro antiquíssimo que passa (ou melhor, passava!) na zona onde estou actualmente a residir. 
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