terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Aurora Negra, L. J. Smith



Título Original: Black Dawn
Autoria: L. J. Smith
Editora: Planeta Manuscrito
Nº. Páginas: 262
Tradução: Jorge Colaço


Sinopse:

Maggie é o retrato de uma adolescente comum. No entanto, quando a namorada do irmão irrompe pela casa uma noite informando que ele morrera num acidente de alpinismo, ela sente que não é verdade. Não conformada, Maggie resolve investigar e depara-se com um antigo reino do Mundo da Noite, quando tenta resgatar o irmão que afinal fora raptado por uma bruxa. Na tentativa de fuga descobre uma comunidade de escravos humanos governados por vampiros numa montanha. Devido às roupas modernas que usa, os outros escravos recebem-na como um messias que os irá conduzir à liberdade. Mas também conhece Delos, o príncipe vampiro deste reino, que descobre ser a sua alma gémea.
Hunter Redfern, o pai de Delos, aparece para controlar a situação e decide que a única forma de salvar Maggie é transformá-la num vampiro mesmo contra a sua vontade.


Opinião:

L. J. Smith é uma autora com uma escrita envolvente, dinâmica, muito simples e directa que, em conjunto com um todo universo paralelo de Pessoas da Noite, consegue cativar o leitor em prosseguir na sua curiosa demanda pelo desfecho da história. Embora não estejamos perante um livro complexo, com infinita profundidade e segundos sentidos, Aurora Negra é, sem dúvida, aquele tipo de livro casualmente leve que sabe sempre bem devorar numa altura de maior descontracção e aperto de tempo.

Maggie é a típica adolescente americana cujo abandono por parte do irmão, ao ir para a Universidade, faz com que a saudade e a ligação entre ambos se intensifique ainda mais. Quando a namorada de Miles aparece, sem avisar e a meio da noite, informando a família da morte deste, Maggie é a única que resiste em acreditar nessa fatalidade e, captando um sinal aqui e ali, toma a decisão de seguir Sylvia (a namorada) de modo a tentar descobrir o que verdadeiramente se passou. Ao entrar no apartamento de Sylvia, Maggie é confrontada com uma realidade paralela e impossível que a torna prisioneira de um mundo antigo e secreto ao qual, aparentemente, não terá forma de escapar. Comedidamente presa e acompanhada por mais três raparigas, Jeanne, Aradia e P. J., Maggie rapidamente tenta descobrir onde está, com quem e para onde vai. Constantemente preocupada em relação ao seu irmão, e tomando por completo uma atitude altruísta, Maggie esforça-se por seguir o caminho correcto e incutir algum tipo de sabedoria do Mundo Exterior entre aqueles que são escravizados e aquele, em particular, que se revelará ser a sua alma gémea.
Numa aventura frenética, ansiosa e repleta de acção, L. J. Smith volta a apresentar um trabalho pensado e fortemente caracterizado. Ainda que pense que não seria de todo negativo acrescentar mais umas quantas páginas e, assim, aprofundar uns quantos pormenores, Aurora Negra é uma história que não só cativa como que também vem elucidar um pouco mais o seu leitor em relação a todas as peculiaridades e excentricidades de O Mundo da Noite.

Inicialmente, Aurora Negra não foi propriamente uma leitura que me suscitou o devido interesse em continuar mas a verdade é que, aos poucos e poucos, me foi conquistando de uma maneira que não consigo explicar. Todo O Mundo da Noite é deveras especulativo e interessante, assim como alguns dos personagens neste volume. Achei Maggie magnífica, com uma personalidade vincada e fortemente pautada pela persistência e convicção, sem se deixar alterar pelas inesperadas surpresas e adversidades encontradas pelo caminho. Delos foi também do meu agrado, transformando-se numa presa fácil de aceitação por parte do leitor. Finalmente, Aradia, que deixou-me maravilhada e totalmente rendida. Toda a sua fragilidade e depois súbita força, com um poder estrondoso e um mistério perfeitamente pendente... foi um prazer conhecê-la.
Resta-me agora continuar a seguir a série e aguardar a publicação do próximo volume. No seu geral, foi um livro que gostei de ler e que recomendo a quem gosta da escrita e criatividade da autora (e a quem não conhece também, é sempre óptimo conhecer novos estilos de escrita). 

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